Leia o texto publicado no jornal Correio Brasiliense do último dia 01/02, na editoria Eu, estudante:
Bioética, internet, privatizações, direito esportivo, fusões e aquisições são áreas que precisam de advogados
Camila de Magalhães
O domínio da comunicação oral e escrita é uma das habilidades mais importantes para quem pretende seguir a carreira de direito. Não é preciso nem mencionar o gosto por todas as áreas humanas, como português, história, geografia, sociologia e filosofia. Além disso, é fundamental a curiosidade e a capacidade de lidar com o novo, saber onde buscar informação, manter-se atualizado, ter formação multidisciplinar, assumir um protagonismo e não ser apenas receptor de conhecimento.
Esse é o perfil de um bom profissional, de acordo com a diretora da faculdade de direito da UNIVERSIDADE de Brasília, Ana Frazão, que lista ainda uma boa estruturação de raciocínio e argumentação. Sabendo disso, a estudante Raquel Alves, 17 anos, resolveu tentar uma vaga no curso. Ela aguarda os resultados da UNIVERSIDADE de Brasília e do Centro Universitário UDF.
Segundo Raquel, a identificação com a carreira foi o que chamou a atenção na hora da escolha. “Gosto de trabalhar com pessoas e tratar de questões complexas que exijam estar atualizada”, afirma a jovem, ao destacar que se trata de uma profissão em que será desafiada todos os dias. Direito trabalhista é a área em que pretende investir. “Conheci muitas pessoas que trabalharam tanto e foram passadas para trás porque não tinham instrução. Por isso, resolvi seguir essa área para ajudá-las.”
A procura pelo curso é grande. Mais de 638 mil estudantes se matricularam em 2008 nos 1.080 cursos presenciais de graduação em direito oferecidos no país, segundo o último Censo da Educação Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). Naquele ano, pouco de mais de 85 mil concluíram a formação. Ainda assim, é um número elevado.
Na avaliação da diretora da faculdade de direito da UnB, o mercado de trabalho em Brasília ainda é bom, comparado com outras cidades. “Há muitas oportunidades nas áreas privada e pública, além de muitos concursos, mas a concorrência é cada vez maior”, observa Ana Frazão.
Aposta em novas áreas
Com as mudanças do mundo moderno, uma série de novas demandas vai surgindo e a procura por advogados especializados aumenta. Apostar nessas áreas pode ser muito proveitoso, conforme destaca a jornalista Marcela Matos, autora do livro Seu futuro em direito, relançado em janeiro. “Normalmente, as áreas mais novas têm um número menor de interessados”, revela.
Entre os assuntos mais promissores, diz Marcela, estão o direito relacionado à bioética, internet, uso de novas tecnologias, privatização, fusões e aquisições, além de regulação (água, energia elétrica, petróleo) e o direito esportivo. “As especialidades não são tão explícitas, elas foram surgindo de acordo com as necessidades.” A busca pelo direito preventivo, para evitar brigas judiciais, é crescente. Prova disso é a procura de médicos por advogados para mostrar aos pacientes os riscos de certos procedimentos.
Autoconhecimento
Depois de entrevistar uma série de advogados de renome, a autora do livro destaca que a principal orientação para quem pretende cursar direito é conhecer a si próprio para saber em que área pode se dar bem. Em algumas, como o direito eleitoral, há um estresse profundo próximo às eleições, com noites de pouco sono. “Por isso, é preciso olhar o estilo de vida que você quer levar e analisar se tem um espírito mais desbravador ou se prefere uma área mais consolidada”, ressalta Marcela.
A recomendação é começar a conhecer as áreas disponíveis a partir do terceiro ou quarto semestre. O melhor caminho, dizem os advogados, é o estágio. Lembre-se de não fazer uma trajetória única, mas passar por várias especialidades.
Seu futuro em direito
Autora: Marcela Matos
Editora Fundamento
Preço: R$ 38
Áreas de atuação
Escritórios de advocacia, consultoria jurídica, departamentos jurídicos em empresas, meio acadêmico.
Concursos públicos: juiz, promotor, procurador, defensor público, advogado público, analista judiciário.